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INFORMAÇÕES GERAIS:
I D E B
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Foi criado em 2007 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e em taxas de aprovação. Assim, para que o IDEB de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.
Para que pais e responsáveis acompanhem o desempenho da escola de seus filhos, basta verificar o IDEB da instituição, que é apresentado numa escala de zero a dez. Da mesma forma, gestores acompanham o trabalho das secretarias municipais e estaduais pela melhoria da educação.
O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022 – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
PESQUISA/FONTE:
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=336
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http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=336
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O que é o IDEB?
No Brasil, toda escola pública de educação básica tem uma nota de 0 a 10. Ela é chamada de IDEB, sigla de Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Esse indicador foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) para medir a qualidade do ensino nos municípios, nos estados e nas escolas do Brasil. A cada dois anos, o MEC divulga uma nova leva de notas.
Para uma escola ser considerada de bom nível, ela precisa ter uma nota igual ou superior a 6. Infelizmente, a maioria das escolas brasileiras ainda está longe dessa nota.
O resultado mais recente aponta a média de 4,2 para as séries iniciais do Ensino Fundamental e 3,8 para as últimas séries do Ensino Fundamental.
A meta é que em 2022 a média do Brasil seja igual ou superior a 6.
O IDEB revela se os alunos de escola pública estão aprendendo o que precisam na idade certa.
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Posições das escolas gaúchas:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/08/15/veja-quais-sao-as-melhores-escolas-publicas-do-rio-grande-do-sul-segundo-o-ideb-2011.htm
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Melhores escolas gaúchas no Brasil:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/08/15/veja-quais-sao-as-melhores-escolas-publicas-do-rio-grande-do-sul-segundo-o-ideb-2011.htm
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Posição do Rio Grande do Sul no Brasil:
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I N E P
Institucional
Institucional
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e equidade, bem como produzir informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público em geral.
Para gerar seus dados e estudos educacionais o INEP realiza levantamentos estatísticos e avaliativos em todos os níveis e modalidades de ensino, promove encontros para discutir os temas educacionais e disponibiliza também outras fontes de consulta sobre educação.
PESQUISA/FONTE:
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F U N D E B
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 1997 a 2006. O FUNDEB está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
É um importante compromisso da União com a educação básica, na medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa a visão sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos para os programas direcionados a jovens e adultos.
A estratégia é distribuir os recursos pelo país, levando em consideração o desenvolvimento social e econômico das regiões — a complementação do dinheiro aplicado pela União é direcionada às regiões nas quais o investimento por aluno seja inferior ao valor mínimo fixado para cada ano. Ou seja, o FUNDEB tem como principal objetivo promover a redistribuição dos recursos vinculados à educação.
A destinação dos investimentos é feita de acordo com o número de alunos da educação básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do programa são feitos em escalas federal, estadual e municipal por conselhos criados especificamente para esse fim. O Ministério da Educação promove a capacitação dos integrantes dos conselhos.
PESQUISA/FONTE:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12407
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Educação:
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
Veja no site abaixo
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121127_educacao_ranking_eiu_jp.shtml
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Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria
britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica
sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Os
40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados.
Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores
sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México
e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul
e de Hong Kong. Os resultados foram
compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países
entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que
ingressam na universidade também foram empregados. Para Michael Barber,
consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista
valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação. Ele diz que no
passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que
alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na
mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir
dos resultados. Dez anos
atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas
sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber. "A Alemanha,
por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de
avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional
sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em
resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso
da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos". No ranking da
EIU-Pearson, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a
Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá,
Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.
Tidas
como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul
dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como
Hong Kong, Japão e Singapura. Alemanha,
Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e
Indonésia integram os mais baixos.
O
ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e
habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um
cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.
Mas o
objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas
nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do
Aprendizado". Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo
concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma
verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza
professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das
nações asiáticas no ranking.
Nesses
países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as
expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.
Comparando
a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os
dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito
parecido.
O
relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade,
a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons
salários.
Há
ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de
alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em
habilidades profissionais.
Ranking Pearson - EIU
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BRASIL X CORÉIA DO SUL.
Social, econômica, culturalmente: a Coréia do Sul explodiu nessa última década em todos os sentidos. Antes, mais conhecida por seus conflitos com o vizinho do norte e por sua precária situação pós-Segunda Guerra, hoje o país é exemplo de desenvolvimento sustentável e admirado mundialmente por sua Educação de Qualidade. Mais uma vez, ocupou lugar de destaque no PISA (Programme for International Student Assessment, ou Programa de Avaliação Internacional de Alunos) em sua última edição, recém-divulgada: 5º lugar nas categorias Leitura e Matemática e 7º lugar em Ciências, conquistando o 5ª posição na classificação geral - já o Brasil ficou em 58º entre as 65 economias avaliadas.
A Coréia do Sul compartilha os primeiros lugares desse ranking internacional, considerado o mais importante na área de Educação, com outras regiões asiáticas, como Xangai e Singapura. Um resultado desses é fruto de muito esforço por parte do governo, dos pais, dos estudantes e, principalmente, dos professores: selecionados entre os 5% melhores alunos do Ensino Médio os futuros mestres enfrentam uma formação exigente e provas difíceis para ingressar na carreira. Ser professor na Coreia do Sul é uma honra.
Conheça melhor esse e outros segredos da Educação desse país asiático pequeno, mas com grandes potencialidades para o futuro.
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BRASIL X CORÉIA DO SUL.
Social, econômica, culturalmente: a Coréia do Sul explodiu nessa última década em todos os sentidos. Antes, mais conhecida por seus conflitos com o vizinho do norte e por sua precária situação pós-Segunda Guerra, hoje o país é exemplo de desenvolvimento sustentável e admirado mundialmente por sua Educação de Qualidade. Mais uma vez, ocupou lugar de destaque no PISA (Programme for International Student Assessment, ou Programa de Avaliação Internacional de Alunos) em sua última edição, recém-divulgada: 5º lugar nas categorias Leitura e Matemática e 7º lugar em Ciências, conquistando o 5ª posição na classificação geral - já o Brasil ficou em 58º entre as 65 economias avaliadas.
A Coréia do Sul compartilha os primeiros lugares desse ranking internacional, considerado o mais importante na área de Educação, com outras regiões asiáticas, como Xangai e Singapura. Um resultado desses é fruto de muito esforço por parte do governo, dos pais, dos estudantes e, principalmente, dos professores: selecionados entre os 5% melhores alunos do Ensino Médio os futuros mestres enfrentam uma formação exigente e provas difíceis para ingressar na carreira. Ser professor na Coreia do Sul é uma honra.
Conheça melhor esse e outros segredos da Educação desse país asiático pequeno, mas com grandes potencialidades para o futuro.
Coréia do Sul e Brasil já foram parecidos, por Ozires Silva.
Reitor da Unimonte e
presidente do Conselho de Administração da Anima Educação. Engenheiro formado
pelo ITA. Já ocupou a presidência de empresas como Embraer (onde também foi
fundador), Petrobras e Varig. Também ocupou o Ministério da Infraestrutura.
Em 1960, os dois países eram típicas nações do mundo subdesenvolvido,
atoladas em índices socioeconômicos diferenciados e bem mais baixos daqueles
vistos em países que se distanciavam em progresso e desenvolvimento, e com
taxas de analfabetismo bastante altas.
Suas economias produziam produtos baratos e primariamente fabricados.
Importavam a imensa maioria dos produtos mais sofisticados, dos quais
precisavam. Não fabricavam a maioria das máquinas que utilizavam para a
produção dos bens essenciais para a sobrevivência do setor produtivo e da
própria população.
Na época, a renda per capita coreana era a metade da do Brasil. Hoje, passados
40 anos, um abismo separa o Brasil da Coréia. O país do Sul da Ásia exibe uma
economia ativa e capaz de triplicar de tamanho a cada década. Sua renda per
capita cresceu 19 vezes desde os anos 60, e a sociedade atingiu um patamar de
bem-estar invejável. Os coreanos praticamente erradicaram o analfabetismo e
colocaram 82% dos jovens na universidade.
Já o Brasil mantém 13% de sua população na escuridão do analfabetismo e
tem apenas 18% dos estudantes no ensino superior. Sua renda per capita é hoje
menos da metade da coreana. Em suma, o Brasil ficou para trás e a Coréia largou
em disparada. Por que isso aconteceu e, mais importante, como pôde ocorrer?
Todos os analistas são unânimes. A diferença veio do investimento ininterrupto,
eficiente, objetivo e maciço na educação da população. Enquanto os asiáticos
despejavam dinheiro nas escolas públicas de ensino fundamental e médio,
sistemática e obstinadamente, o Brasil, embora a prioridade constitucional, sem
projetos de longo prazo, aplicava os recursos para a área educacional de acordo
com a preferência dos Governos politicamente orientados para outros projetos,
muitos deles mirabolantes, que viraram fumaça a cada troca dos líderes de cada
época.
O jornal londrino Financial Times publicou há três anos uma manchete:
‘Coréia do Sul: Um Fanatismo pela Educação’, que traduz diretamente uma relação
de causa (a Educação) e de efeito (a prosperidade econômica). De fato, o país
conseguiu organizar uma sociedade obcecada pelo estudo e pela aplicação
escolar, pilares fundamentais de sua economia atual.
Seria um equívoco imaginar que a experiência da Coréia possa ser
integralmente transplantada para o Brasil. Mas entre todas as políticas
adotadas pela Coréia nos anos 60 para aumentar os índices educacionais do país,
uma, de natureza simples, colheu efeito excepcional: o investimento público
concentrou-se no ensino fundamental e ficou a cargo da iniciativa privada cuidar
da proliferação do ensino superior.
Isto, sob certos aspectos, ocorre conosco. Mas há uma diferença
importante. Nossos alunos das escolas oficiais nada pagam e os das escolas
privadas cobrem todos os custos, inclusive os tributários, como se uma escola
fosse uma típica empresa produtiva comum.
As comparações e os diagnósticos são muitos, mas será que seremos lidos,
ouvidos e, se isso acontecer, faremos algo para criar um novo futuro, no qual
nossos filhos e descendentes vivam num país melhor, oferecendo mais em
qualidade de vida para cada cidadão? Não podemos nos esquecer que nossa Lei
Maior, a Constituição de 1988, estabelece em seu artigo 205: “A educação,
direito de todos e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Assim, as soluções a serem aplicadas também cabem a nós: os pais de
família, aos cidadãos e não somente aos representantes eleitos!
Mais Notícias:
http://www.regenciacoletiva.com/2012/11/educacaosulcoreana.html
BRASIL E A CORÉIA DO
SUL: UMA COMPARAÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO NESSES DOIS PAÍSES. OU: COMO A
CULTURA (COMPORTAMENTO) DE UM POVO ULTRAPASSA A IMPORTÂNCIA DE UM ALTO
ORÇAMENTO;
Um estudo escrito pelo EIU (Economist Intelligence Unit) e divulgado pela Pearson (uma empresa que oferece soluções em educação) colocou o Brasil em 39° lugar entre quarenta países, em um ranking que tenta entender o que leva essas nações a auferir ou não sucesso em seus métodos de ensino. O ranking resume-se em uma série de análises de um banco de dados chamado “The Learning Curve Data Bank” e traz uma notícia nada agradável para o povo brasileiro: estamos em penúltimo lugar. Ao contrário do que a grande maioria da população pensa, esse ranking não serve como argumentação para reivindicar os utópicos 10% do PIB. Pelo contrário, ele corrobora a ideia firmada no texto apresentado pelo Ian Lucena, há algumas semanas, aqui no Regência, mostrando que dos dez países líderes, apenas dois gastam uma porcentagem do PIB maior do que a do Brasil em educação, como você pode comparar aqui. Para falar a verdade, se o problema fosse "só" dinheiro, a coisa seria bem mais fácil. O problema é que não é só colocar os 10% lá para fazer a coisa toda melhorar. Dinheiro é importante, obviamente, mas o Brasil precisa mudar drasticamente seu modelo de ensino se quiser sonhar em ganhar posições nesse ranking nos próximos anos. Existe uma série de documentários chamada Zeitgeist, que entre erros e acertos, tratou em sua última edição de falar sobre a base da educação e de como o acerto nesse período educacional poderia ser benéfico para o desenvolvimento do mundo capitalista e quem sabe pós-capitalista. Após ver esse documentário, e lendo o livro Maus Samaritanos, do economista sul-coreano Ha-Joon Chang, ficou claro para mim como uma mudança radical na educação pode mudar drasticamente a situação de um país.
BRASIL E A CORÉIA DO
SUL: UMA COMPARAÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO NESSES DOIS PAÍSES. OU: COMO A
CULTURA (COMPORTAMENTO) DE UM POVO ULTRAPASSA A IMPORTÂNCIA DE UM ALTO
ORÇAMENTO;
Um estudo escrito pelo EIU (Economist Intelligence Unit) e divulgado pela Pearson (uma empresa que oferece soluções em educação) colocou o Brasil em 39° lugar entre quarenta países, em um ranking que tenta entender o que leva essas nações a auferir ou não sucesso em seus métodos de ensino. O ranking resume-se em uma série de análises de um banco de dados chamado “The Learning Curve Data Bank” e traz uma notícia nada agradável para o povo brasileiro: estamos em penúltimo lugar. Ao contrário do que a grande maioria da população pensa, esse ranking não serve como argumentação para reivindicar os utópicos 10% do PIB. Pelo contrário, ele corrobora a ideia firmada no texto apresentado pelo Ian Lucena, há algumas semanas, aqui no Regência, mostrando que dos dez países líderes, apenas dois gastam uma porcentagem do PIB maior do que a do Brasil em educação, como você pode comparar aqui. Para falar a verdade, se o problema fosse "só" dinheiro, a coisa seria bem mais fácil. O problema é que não é só colocar os 10% lá para fazer a coisa toda melhorar. Dinheiro é importante, obviamente, mas o Brasil precisa mudar drasticamente seu modelo de ensino se quiser sonhar em ganhar posições nesse ranking nos próximos anos. Existe uma série de documentários chamada Zeitgeist, que entre erros e acertos, tratou em sua última edição de falar sobre a base da educação e de como o acerto nesse período educacional poderia ser benéfico para o desenvolvimento do mundo capitalista e quem sabe pós-capitalista. Após ver esse documentário, e lendo o livro Maus Samaritanos, do economista sul-coreano Ha-Joon Chang, ficou claro para mim como uma mudança radical na educação pode mudar drasticamente a situação de um país.
Desde a divisão de seu território em meados dos anos 50 até os
dias de hoje, passados uns sessenta anos, a Coréia do Sul saiu do status de um
dos países mais pobres do mundo e se tornou uma das maiores potências mundiais.
Um símbolo histórico dessa subida é a
empresa Samsung, que começou em 1938 como um pequeno comércio com quatorze
empregados, e hoje é uma das líderes em tecnologia mundial. Junto com o
PIB do país, as taxas de alfabetização também mudaram: de meros 22% em 1945,
com o final da colonização japonesa, para mais de 98% hoje em dia. O economista
conta que nos anos setenta, quando estava no ensino fundamental, tinha que
dividir uma classe com mais de cem colegas, e que no caminho para casa ainda
passava por acampamentos de tropas norte-americanas, que andavam por lá desde o
final da guerra. Dizia ainda que as únicas guloseimas que ele comeu na infância
vinham dos soldados que não gostavam do que recebiam nas caixas vindas dos
Estados Unidos. É de se imaginar que um país nessa situação dificilmente
despenderia dez porcento de seu PIB em educação, na verdade eram somente 3% em
1980. O que a Coréia fez foi mudar sua cultura, foi criar uma identidade. O
país começou fortalecendo a educação básica, o "ensino fundamental"
como dizemos aqui no Brasil. As matérias básicas são o coreano, inglês, artes,
música, educação moral e educação física.
Os professores ganham salários superiores a R$10.000,00 por mês,
têm ensino superior e atualizações a cada dois anos. Caso isso tudo não seja
suficiente e os alunos desse professor tenham baixo rendimento, o professor é
cortado.
A educação na Coréia não exigiu uma
quantia insensata de dinheiro do governo para progredir, mas exigiu esforço,
determinação das pessoas que fazem parte dela; governo, professores, alunos e
pais. Com a educação básica fortalecida, e garantia de aprendizado real nas
salas de aula, não precisou "fazer milagre" no ensino médio ou na
educação superior. Com metade das escolas de ensino médio privadas, e um ensino
superior totalmente privatizado, as bolsas são garantidas para aqueles que
mostram alto desempenho durante a formação básica e para aqueles que ainda almejam
algo maior, sempre há a possibilidade de sair do país em busca das melhores
universidades. A fluência na língua inglesa desde cedo facilita isso. Quem de
vocês pode se gabar de falar inglês desde o ensino médio ou então de ter
tentado a sorte em uma universidade da Europa, às custas do governo? Fica claro
que na Coréia do Sul o ensino não é só priorizado, mas ele também é motivo de
orgulho para a nação. Há uma necessidade de se sair melhor, de se mostrar capaz
para o mundo. E de onde vem isso? Da educação básica, do esforço dos pais em
mostrar para seus filhos como eles viviam a cinquenta anos atrás, e de como o
esforço com a educação fez o país chegar onde chegou. A economia e a educação
juntas são motivos de orgulho.
Enquanto isso, aqui no Brasil lidamos diariamente com casos de
abandono, desvio de verba, maus tratos, salários baixíssimos, uma formação de
professores completamente sucateada, seja pela exploração do setor privado,
seja por descaso do governo nas universidades públicas.
Eu não sou proeminente o suficiente
para dar uma solução para o sistema de ensino fundamental do país, mas acredito
veementemente que uma mudança na educação básica trará resultados, como trouxe
na Coréia.
Nós precisamos sentir orgulho dos resultados dos jovens, e para
isso precisamos fazer com que eles tenham orgulho e vontade de aprender. Tudo
isso é possível com um pouco de esforço, e provavelmente com a mesma verba, mas
exige tempo e dedicação, só que... Tempo
não dá voto, dedicação dá muito trabalho, e é exatamente isso que eu vejo
acontecendo no Brasil.
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